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O Estado de São Paulo: Planos de saúde: como mantê-los no futuro?

06 jun 2014 • admin

O Estado de São Paulo: Planos de saúde: como mantê-los no futuro

Veja a nota publicada no jornal O Estado de São Paulo, de 6 de junho, da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar)

Os planos de saúde são responsáveis, aproximadamente, por quase 90% do movimento em hospitais, consultórios e laboratórios, atendendo a 70 milhões de brasileiros. A Saúde Suplementar movimenta em torno de R$ 113 bilhões ao ano, com uso intensivo de mão de obra, e tem, por isso, maior representatividade socioeconômica do que outros segmentos. Considerando a relevância do setor, a coluna desta semana debate saídas para assegurar sua sustentabilidade. O primeiro passo é discutir os obstáculos, e o principal deles é o desequilíbrio nos gastos: abuso e desperdício na cadeia de saúde são os grandes vilões, e as operadoras, sozinhas, não conseguem combater essas distorções. Os custos aumentam, anualmente, em torno de 20% nos pagamentos a hospitais, sem contar despesas com honorários médicos, que sobem acima dos 10%. Isso em economia que, ao ano, cresce 2%, com inflação de 6%. E ainda há o impacto do envelhecimento da população e da incorporação de novas tecnologias. A conta, para a sociedade, não fecha.

Um elemento que incentiva o uso responsável do plano e fortalece o papel fiscalizador do consumidor quanto à transparência dos custos assistenciais é sua coparticipação nos pagamentos, já prevista na regulamentação brasileira e em uso. Pode funcionar como um fator moderador ele arcando com percentual das despesas ambulatoriais  ou sob a forma de franquia, um valor pré-fixado calculado sobre despesas hospitalares. Mas é preciso abertura para novas alternativas de financiamento, como o plano com previdência, que permitiria que parte da mensalidade paga pelo beneficiário fosse aplicada, para que, no futuro, o saldo o ajudasse nessa despesa. A contribuição poderia ser partilhada entre trabalhador e empregador. Há projeto em trâmite na esfera federal, mas sua apreciação segue parada.

Operadoras são apenas administradoras dos planos de saúde, como o síndico que organiza as cotas repassadas pelos condôminos. Sem o envolvimento de todos na reforma do sistema, beneficiários e empregadores continuarão a se queixar do repasse dos altos custos. E não há outra saída: a única fonte de receita para o setor é a mensalidade do plano.